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Sem leitos na Saúde Pública, Tangará tem apenas duas UTI’s credenciadas

Lucélia Andrade/ Redação DS 21/04/2019 Saúde

Uma Neonatal no Hospital Santa Angêla e uma adulta no HC

Apesar da grande estrutura não há leitos de UTI’s

O município de Tangará da Serra viveu nos últimos dias uma situação revoltante: a morte de dois bebês que aguardavam vaga em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).  Nicolas e Davi, de 5 e 10 meses respectivamente, ficaram internados na semi- intensiva do Hospital Municipal por vários dias, depois de apresentarem problemas respiratórios graves.


A família de uma das crianças, chegou a conseguir o leito em uma Unidade Intensiva, mas já era tarde demais.  Casos como o de Davi e Nicolas, infelizmente não são novidade.  Se por um lado, a responsabilidade é do Município devido à ausência de leitos de UTI’s em uma grande estrutura como a  do Hospital Municipal, por outro, o Estado também leva a culpa e deixa muito a desejar.


O responsável técnico de Enfermagem do Hospital Municipal e Presidente do Conselho Municipal de Saúde de Tangará da Serra, Rômulo Cezar Ribeiro, admite que atualmente existe uma grande dificuldade de UTI’s no município. Segundo ele, não há leitos suficientes comparando ao número de população, inclusive em todas as regionais de Saúde do Estado. “E devido a isso, acaba tendo essa dificuldade”, afirma. Tangará da Serra tem hoje, duas UTI’s credenciadas no Sistema Único de Saúde (SUS), uma Neonatal no Hospital Santa Angêla e uma adulta no Hospital das Clínicas. Essas UTI’s, de acordo com ele, recebem pacientes de Tangará, desde que tenham vagas e da regional.


A Central de Regulação de Urgência e Emergência, que fica em Cuiabá, explica o responsável técnico, conta com um médico regulador, de grande importância nesse processo, que detecta que o paciente precisa de uma vaga. Diante disto, é feita a abertura de um boletim, com o cartão do SUS do paciente, com o código SIGTAP (Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos) que fala da patologia do paciente determinada pelo médico e o CID (Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde).

 

Problema de falta de UTI atinge todo estado

A dificuldade com a falta de UTI’s, não atinge somente Tangará da Serra, mas todo o estado.  Pacientes que necessitam desse tipo de tratamento, precisam contar com a sorte, para que haja disponibilidade de vagas. Contudo, muitas das vezes não há tempo suficiente.  Rômulo explica que quando não é conseguida a vaga por inexistência em Tangará ou outro município que dispõe  do serviço de UTI, tanto neonatal e pediátrico, quanto adulto ou de outras especialidades, cabe ao profissional médico que está acompanhando esse paciente, a fazer a atualização de área dessa situação clínica. “Para que essa atualização seja feita no sistema e a Central de Regulação procure uma UTI mais viável para receber esse paciente em tempo hábil”, complementou.


Segundo ele, como a Secretaria de Saúde, através da Central de Regulação de Urgência e Emergência, faz a gestão desses leitos, é ela que fornece o número de regulação, quando dispõe da vaga para o paciente que está no serviço de Saúde.


A quantidade precisa de pacientes que necessitam de um tratamento em uma Unidade de Terapia Intensiva não foi informada pelo responsável técnico, tendo em vista que há uma variação constante de pacientes. “Esse quadro altera muito rapidamente. Às vezes por conta de acidentes ou condições clínicas”, frisou.


Para finalizar, Rômulo  ressaltou que no momento não há nenhum paciente no Hospital Municipal de Tangará da Serra  ou na Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24 Horas), aguardando por uma UTI.



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