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‘Excelsior!’: o Adeus a Stan Lee

Sílvio Tamura 19/11/2018 Artigos

Quer incentivar seu filho/a a ler? Comece pelos quadrinhos

Artigo

Quando criança, quem nunca sonhou ser super-herói? Ter superpoderes, superinteligência, super força, viajar anos-luz, entre outras habilidades sobre-humanas. A infância é período fértil para o desenvolvimento emocional, psíquico e recreativo. É a fase de soltar a imaginação, desenhar, pintar e se divertir. Igualmente, é a idade mais oportuna para formação de leitores. É muito mais fácil despertar nos pequenos o gosto pela leitura que na maioridade. E para isso, as HQ’s são grandes estratégias. Quer incentivar seu filho/a a ler? Comece pelos quadrinhos. Uma vez amantes das letras, futuramente serão adultos devoradores de livros. Houve tempo em que os quadrinhos foram discriminados, considerados maléficos para os educandos. Ledo engano. Comprovadamente, utilizar comic book como ferramenta pedagógica é altamente benéfico para formação de estudantes. Além disso, os gibis promovem sociabilidade, permutando exemplares, trocando ideias, constituindo círculos de amigos, entre outras interatividades. Ademais, muitos acreditam que os almanaques retratam meramente ‘estórias bobas’. Grave equívoco. Metaforicamente, muitas cenas de comic magazine transfiguram realidade em imagens. Exemplo: Certa vez, o menino Bruce Wayne voltava do cinema com os pais, quando, subitamente, foram surpreendidos por um assaltante. Na confusão, o marginal fez vários disparos, atingindo o casal. Vendo-os no chão, mortos e ensanguentados, o garoto entrou em desespero, gritando: ‘Father, mother’ (Pai, mãe). Em seguida, a polícia chegou para investigar, retirando os corpos. Naquela noite, o pequeno Wayne prometeu para si mesmo: ‘I swear by the spirits of my parents to avenge their deaths by spending the rest of my life warring on all criminals’ (Juro pelos espíritos dos meus pais vingar suas mortes, passando o resto da minha vida lutando contra todos os criminosos). Criado por Bob Kane, nascia o personagem Dark Knight, o Batman. Simbolicamente, este protagonista representava a revolta da sociedade à violência que se instalava nos grandes centros. Identicamente, o mesmo ocorreu com o jovem Peter Parker, que teve seu tio Ben Parker assassinado à queima-roupa por um delinquente. Picado acidentalmente por um aracnídeo, Peter adquire poderes sobrenaturais. E a partir de então, decide, assim, combater o mal. Idealizado por Stan Lee, surgia um dos mais notáveis heróis dos quadrinhos: o Spider-Man (Homem-Aranha). Portanto, as grafic novels denotam caráter educativo, sociológico e historiográfico, conectando-se às conjunturas políticas, econômicas e sociais. Nestes termos, Stan Lee destaca-se como divisor de águas, revolucionando o universo deste gênero literário. Aficionado pelos gibis, Stan Lee dizia que seu ofício não era trabalho, mas sim diversão. Mestre dos HQ’s, Stan Lee inovou o segmento, influenciando toda uma geração de leitores, colecionadores, letristas, ilustradores, arte-finalistas entre outros. Ícone da cultura pop, Stan Lee inseria em seus scripts reflexões filosóficas, bem visto em: ‘With great power there must also come great responsibility’ (Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades): uma crítica, asseverando que quando alguém assume amplos poderes, deve empregá-los para o bem, e não para o mal. Cérebro da Marvel, Stan Lee criou centenas de personagens e dezenas de super-heróis, como: Hulk, Homem de Ferro, Surfista Prateado, Thor, Magneto, entre outros. Fenômeno editorial, suas produções são conhecidas em todos os continentes. Hoje, muitas empresas, empreendimentos e profissionais vivem em função direta ou indireta de suas criações, movimentando bancas de jornal, publicidade, logísticas, livrarias, gráficas e outros. Nascido em Nova Iorque em 1922, Stan Lee morreu semana passada, em 12 de novembro, aos 95 anos. Roteirista, escritor, editor e ex-presidente da Marvel Comics, Stan Lee consagra-se como um dos maiores nomes da história dos quadrinhos. It doesn't die a name, but a legend is born. And like you used to say: ‘Excelsior!’ Goes from life to eternity. We miss you so. Thanks a lot. Rest in peace, dear friend.


Sílvio Tamura, graduado em Comunicação Institucional.

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