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UM SALVE PARA A NEGRITUDE BRASILEIRA

Prof. Me. Sebastian Ramos 18/11/2018 Artigos

As contribuições da raça negra para a história do país são inquestionáveis

Prof. Me. Sebastian Ramos

O Brasil tem uma data para refletir sobre o respeito às diferenças e o respeito ao ser humano, especialmente as pessoas da raça negra – é o Dia da Consciência Negra, lembrado como feriado em muitos estados e municípios brasileiros. A data não é uma data qualquer perdida na cronologia, é o dia da morte de Zumbi dos Palmares morto a 20 de novembro de 1695. As questões que envolvem as relações étnico-raciais no Brasil ainda não estão bem resolvidas nos discursos e nas práticas, de modo que vez por outra são noticiados crimes de racismo, práticas preconceituosas e discriminatórias e uma série de eventos que em nada colaboram para o respeito e as diferenças entre as pessoas. O fato de existir uma data para refletir sobre temas relacionados à cultura afro-brasileira e as questões raciais é de suma importância, considerando que estigmas de um passado não muito distante respingam constantemente na sociedade brasileira do século XXI.  As contribuições da raça negra para a história do país são inquestionáveis, é de uma riqueza gigantesca, de uma importância inenarrável, mas mesmo assim todos os dias em algum lugar deste país é bem provável que alguma pessoa negra passe por uma situação constrangedora simplesmente por ser da raça negra.  A raça negra ainda sofre com o pensamento discriminatório que de forma velada ou não paira sobre nossas cabeças, adentra nossas consciências. O Dia da Consciência Negra não é um dia de lamento nem tampouco de prostração, é um dia para celebrar vitórias, para reeditar a luta por uma sociedade mais respeitosa e mais justa, de registrar nas novas páginas o desejo de que não seja a cor da pele a determinar o grau de honestidade e de competência. Desde o século XVI a presença das pessoas negras nesta terra marcou o modo de vida, os costumes, os hábitos, o jeito de falar, de se alimentar, de se vestir, de dançar, de brincar, de rezar, de promover a vida. Um salve ao Acarajé, à farofa, ao vatapá. Um salve ao angu, ao cuscuz. Um salve à deliciosa pamonha, ao mungunzá. Um salve à famosa feijoada. Um salve à banana. Viva o samba, o frevo, a capoeira. Viva Zumbi, Castro Alves, João Cândido. Viva todas as palavras de origem negra registradas e eternizadas no dicionário brasileiro. Viva cada negra e cada negro que contribuiu para a formação deste país. Viva toda a diversidade negra celebrada no dia 20 de novembro.

Prof. Me. Sebastian Ramos
professorsebastian@hotmail.com

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