Você pode tudo, é só querer!
Desde pequena me encantei por todos os estilos de dança. Aquele mundo de som e luzes seduzia meus olhos e me fazia mergulhar nas minhas fantasias de criança. Infelizmente as condições financeiras dos meus pais não me permitiam ter o privilégio de frequentar aulas, e não havia as oficinas gratuitas que temos hoje. Então, eu não perdia nenhuma oportunidade de assistir apresentações e de vislumbrar a possibilidade de um dia ser uma daquelas meninas que eu tanto admirava. Muitas vezes ensaiei para apresentações na escola, mas, quando chegava o “grande dia”, eu nunca podia ir porque também não podíamos adquirir a roupa exigida. E, fui crescendo e acalentando meu sonho. Realmente, nunca É TARDE PARA NADA! Em 2014, com quase 40 anos, entrei para a oficina de dança do ventre do Sindicato dos Servidores Públicos de Tangará da Serra –SSERP. Poderia escrever um livro sobre todos os benefícios que a dança trouxe para a minha vida. Autoconhecimento, valorização das minhas potencialidades, autoestima, persistência, disciplina, exercício da generosidade e do companheirismo, etc. Inexplicável a sensação de realização e superação ao fazer a primeira apresentação em público. Na mente, um remake de tudo que se passou até esse momento. Os ensaios, a ansiedade de saber se conseguiremos ou não aprender a coreografia, a confecção da roupa... Sim! Quase sempre as roupas são feitas por nós! Cada uma contribui com uma habilidade, um adereço, e no final todas se sentem lindas e capazes de conseguir fazer o que quiser, basta persistir. É claro que a frente disso, temos uma “fada” chamada Célia, que tem o poder de nos fazer acreditar que nossos sonhos são possíveis, basta batalhar por eles, crer na nossa capacidade. Nossa professora Célia tem uma sensibilidade maravilhosa, enxerga a nossa alma. Com ela aprendemos a perder o medo do espelho, a nos olhar muito além da forma física. Pouco importa os quilinhos a mais, uma dobrinha aqui e outra ali. Aprendemos que o corpo é apenas uma embalagem que vai se transformar com o tempo, e o que realmente importa é a nossa essência. O corpo é o nosso instrumento para desenvolvermos nossa dança, mas a nossa alma deve se sobressair além dele. E como explicar a magia da dança? Dançando a gente esquece qualquer tristeza. A música nos faz flutuar, a delicadeza dos movimentos nos absorve de uma forma tão intensa que, mesmo que tenhamos uma plateia enorme, passado o nervosismo do início, é como se estivéssemos sozinhas, dançando para nós mesmas. Mesmo ainda aprendendo a cada dia, nos sentimos verdadeiras bailarinas contagiadas pela felicidade da superação. O grupo Belly Dance é uma verdadeira família, tendo a nossa amada professora Célia como matriarca, sempre pronta a nos estimular, a nos fazer superar limites, a ir além do que acreditamos conseguir. Então, se você um dia sonhou em dançar e por algum motivo não conseguiu, não desista, sempre é tempo, basta acreditar, e isso vale para qualquer tipo de sonho.
Maria Barroso – Grupo Belly Dance
Oficina de Dança do Ventre do Sindicato dos Servidores Públicos de Tangará da Serra-MT
