Há sete anos a candidata a deputada estadual Joyce Lombardi (PTB), 40, abriu sua própria casa religiosa. Sacerdotisa do Culto aos Orixás e iniciada no Culto de Ifá, que é uma das vertentes do Candomblé, Mãe Joyce, como é conhecida pelos seus filhos espirituais e amigos, decidiu ser candidata nestas eleições.
Seu primeiro enfrentamento já aconteceu com a Justiça Eleitoral. Ao realizar o pedido de registro de candidatura, Joyce registrou sua foto que aparecerá na urna usando as roupas sagradas de sacerdotisa, cujas peças contam com um turbante na cabeça e uso de colares específicos que representam o grau de hierarquia da sacerdotisa dentro da religião. Este fato foi questionado pelo Tribunal Regional Eleitoral, que indagou se o uso das indumentárias religiosas poderiam dificultar o reconhecimento da candidata, pois se assim o fizesse, contrariaria a Resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nº 23.548/2017, que impede uso de adornos na foto oficial que irá na urna.
Ao delegar ao Ministério Público Eleitoral a função de dar um parecer sobre o assunto, Joyce conseguiu parecer positivo em favor do deferimento do pedido de registro de candidatura.
Na última semana, a Justiça Eleitoral deferiu o pedido de candidatura garantindo que a identidade religiosa da sacerdotisa fosse mantida. Eis que a decisão é inédita em Mato Grosso.